Israel mata líder do Hezbollah em novo ataque a Beirute
Pela segunda vez num espaço de dias, as forças israelitas atacaram os subúrbios na zona do sul de Beirute, aumentando a pressão sobre o já frágil cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Morreram quatro pessoas nesse ataque à capital libanesa, incluindo um alto membro do grupo islâmico libanês.
Israel identificou, entretanto, que uma das quatro vítimas mortais de um ataque durante a noite nos arredores do sul de Beirute era Hassan Bdair, o responsável pelos assuntos da Palestina do grupo libanês Hezbollah.
“O exército israelita (...) atacou e eliminou (…) Hassan Ali Mahmoud Bdair”, de acordo com um comunicado conjunto do exército israelita, do Shin Bet, o serviço de segurança interna, e da Mossad, o serviço de informações externo israelita.
“Bdair tinha recentemente cooperado com [o movimento radical palestiniano] Hamas, liderado por terroristas do Hamas e ajudado a planear e a preparar um ataque terrorista importante e iminente contra civis israelitas”, acusaram as autoridades israelitas.
O dirigente do Hezbollah “foi atingido imediatamente para eliminar [esta] ameaça”, acrescentaram no comunicado, sem dar pormenores sobre o alegado ataque planeado.
Horas antes, as Forças de Defesa de Israel tinham anunciado que "aviões de guerra, sob a direção do Shin Bet [os serviços de informações internas], atacaram recentemente um terrorista" do partido da milícia xiita libanesa Hezbollah, no bairro de Dahiya. Numa nota, as IDF referem o alvo como uma “ameaça real e imediata”.
De acordo com o Ministério libanês da Saúde, o ataque israelita fez quatro mortos e sete feridos num edifício perto da mesquita Imam el-Kazem, no distrito de Sfeir. Este segundo ataque ocorreu sem aviso, ao contrário do de sexta-feira, quando o exército israelita alertou os residentes dos subúrbios de Beirute antes de lançar um drone, depois do disparo de dois projéteis contra o norte de Israel.
O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, considerou o ataque uma "violação flagrante" do cessar-fogo.
“Temos de impedir qualquer violação da soberania vinda do exterior ou de infiltrados no interior do país que forneçam um pretexto adicional para a agressão”, condenou também o presidente do Líbano, Joseph Aoun, citado pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).
“A persistência de Israel na sua agressão exige que façamos mais esforços para abordar os amigos do Líbano em todo o mundo e reuni-los em apoio ao nosso direito à soberania total da nossa terra”, acrescentou.
O antigo chefe militar prometeu, após ter sido eleito em janeiro, que todas as armas estariam nas mãos do Estado libanês, referindo-se indiretamente às armas do Hezbollah.
Em novembro, as partes chegaram a um acordo de cessar-fogo com base no qual tanto Israel como o Hezbollah se comprometeram a retirar as suas tropas do sul do Líbano. No entanto, o exército israelita não se retirou completamente e manteve cinco postos no território do país vizinho.
Além disso, o exército israelita realizou vários bombardeamentos durante as semanas que se seguiram ao cessar-fogo, argumentando estar a agir contra as atividades do Hezbollah e que, portanto, não viola o cessar-fogo.